O recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), divulgado no início de agosto, mostrou que a situação climática do planeta é ainda pior do que se imaginava. O documento aponta que o aquecimento global está ocorrendo de forma mais rápida do que se previa, e que o acréscimo de 1,5º C na temperatura da pré-era industrial irá ocorrer dez anos antes do previsto, em 2030.
Com isso, os especialistas acreditam que algumas mudanças do clima – como as altas temperaturas registradas recentemente no verão do Hemisfério Norte, as catástrofes provocadas por precipitações cada vez mais intensas em todo o mundo e a irregularidade nas chuvas no Brasil – possam se tornar irreversíveis.
Entretanto, se o dióxido de carbono é o grande vilão, desta vez os cientistas chamaram atenção para o metano (CH4), que potencial causador de efeito estufa cerca de 20 vezes superior ao CO2. Mesmo que as Organizações das Nações Unidas (ONU) calculem que somente 30% do aumento da temperatura desde os tempos pré-industriais tenham sido causados pelo metano, tamanho poder de estrago acendeu o sinal de alerta, justamente num momento em que o gás natural, cujo principal elemento é o CH4, é apontado como o combustível da transição energética global.
Fonte: Boletim Selur