SEACEC NO QUADRO ASSOCIATIVO DA CEBRASSE

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Cebrasse News
07 de Janeiro de 2019

SEACEC NO QUADRO ASSOCIATIVO DA CEBRASSE


Por Lúcia Tavares

O Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Ceará – SEACEC passa a integrar o quadro associativo da Cebrasse, informa o presidente da entidade, João Diniz, que selou o acordo com o presidente do sindicato cearense Fabiano Barreira durante agenda em Brasília no mês passado.

“Nossa Central Empresarial passa a representar 85 entidades, entre federações, sindicatos, associações e empresas parceiras, fortalecendo a voz dos prestadores de serviços, especialmente nesse momento especial em que o presidente Jair Bolsonaro se compromete a reanimar a economia” declara Diniz.

A economia do Ceará é a terceira mais forte do Nordeste, com participação de 14,5% no Produto PIB regional, no qual os Serviços respondem por 70,2% da produção local, seguidos pela Indústria com 23,6% e a Agropecuária com 6,2%. Do estado, o Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sindesp-CE, presidido por Urubatan Estevam Romero, já é associado à Cebrasse.

Fabiano Barreira avalia que a aproximação do SEACEC com a Central Empresarial “fortalecerá a instituição, pois acompanhamos de forma efetiva como a Cebrasse tem atuado nos assuntos de relevância para nosso setor. Isso nos despertou interesse em acompanhar de perto e ajudar a construir e fortalecer a categoria como um todo”.

De acordo com o empresário, que assumiu em agosto passado a condução da entidade pelo prazo de quatro anos, a perspectiva para 2019 é a de continuar fortalecendo a união e a credibilidade do setor de Serviços, ouvindo seus representados, e atuando de maneira firme em prol dos interesses do segmento de limpeza profissional”.

O estreitamento de diálogos com o Poder Público com vistas ao reconhecimento do papel desempenhado pela atividade na geração de emprego e renda é uma das prioridades do SEACEC. “Além dessas ações, vamos continuar expandindo as relações com os empresários que atuam no setor, buscando fortalecer ainda mais a nossa representatividade” acrescentou o empresário ao salientar que, desde a sua posse, nos últimos quatro meses subiu de 26 para 35 o número de empresas associadas ao sindicato.

“São empreendimentos com o significativo número de 70 mil empregados por ano, e o SEACEC tem a missão de lhes assegurar as melhores condições para a geração de resultados positivos para o segmento”, concluiu Fabiano Barreira.


Em 10 de dezembro último, o presidente do SEAC-CE Fabiano Barreira (primeiro à direita da foto)
integrou a delegação de dirigentes empresariais de outros estados que prestigiaram a festividade da Cebrasse

 

SEGURANÇA PRIVADA DÁ BOAS VINDAS AO ANO NOVO


O presidente do sindicato, João Palhuca, e o atual senador Major Olímpio (PSL/SP)

O Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo – Sesvesp celebrou o encerramento de 2018 em almoço no restaurante Coco Bambu, no bairro da Casa Verde, na Zona Norte de São Paulo.

Na ocasião, a entidade contou com a presença do senador Major Olímpio e do deputado federal Arnaldo Faria de Sá, além de dezenas de associados, lideranças empresariais e representantes de entidades coirmãs de vários estados brasileiros.

O presidente da Fenavist, Jeferson Nazário, e o presidente da Cebrasse, João Diniz, também honraram a data de celebração do Sindicato.


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No dia 28 de novembro, empresários, presidentes dos Sindicatos que representam o segmento, entidades parceiras se reuniram na casa de eventos Fun House, em Brasília, para celebrar o final de mais um ano e buscar energia para os desafios de 2018. Autoridades também participaram da Festa de Confraternização da Federação Nacional das Empresas de Segurança e transporte de Valores (Fenavist). O novo Diretor-Geral da Polícia federal, Fernando Segóvia, O Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada, Carlos Rogério Cota, e os Deputados Federais Major Olímpio (SD-SP) e Osmar Serraglio (PMDB-PR) estiveram presentes.

O presidente da Fenavist, Jeferson Nazário, reconheceu as dificuldades enfrentadas no ano de 2017, mas mostrou confiança no futuro ao destacar o empenho dos empresários do segmento. “Aqui, tem verdadeiros heróis, empreendedores”.

Nazário também destacou os benefícios da Reforma Trabalhista “muda totalmente a vida dos empresários do nosso setor”. O presidente da Fenavist pediu ainda um voto de confiança para o Brasil. “Nós temos tudo para ser uma economia forte. Uma das mais fortes do mundo.

Premiação

Durante o evento, foi entregue o tradicional prêmio Diretor e Sindicato do Ano.  Em 2017, o Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (SESVESP) foi o grande homenageado na categoria sindicato do ano. 

Na categoria Diretor do Ano, o foi o vice-presidente da Fenavist para Assuntos da Região Norte Adjunto e presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de Rondônia (Sindesp-RO), Francisco de Assis Bezerra Fonseca. 

O Presidente da Fenavist também anunciou a entrega de uma premiação especial, chamada de destaques da gestão 2014/2018. Os vice-presidentes da Federação Ivan Hermano Filho (Segurança Pessoal Privada) Urubatan Romero (Financeiro) e Jacymar Daffini Dalcamini (jurídico e Institucional); além da Assessora Parlamentar da entidade, Cléria Santos, foram homenageados. A Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac) também recebeu a honraria como entidade parceira.
Houve ainda um momento especial para a equipe de colaboradores da Federação. A superintendente Ana Paula Queiroga, a Gerente Financeira Sandra Angelino e a Assessora Jurídica Soraya Cardoso receberam uma placa de agradecimento pela dedicação à Fenavist. 

Última Reunião do ano

ambém no dia 28, foi realizada a última reunião de diretoria de 2017. O encontro ocorreu no 18º andar do Edifício CNC, em Brasília. Na pauta, temas como o Estatuto da Segurança Privada (PLS 135/2010); informações do Grupo de Trabalho da Comissão Consultiva para Assuntos de segurança Privada (CCASP) sobre o uso de poliuretano e as reformas trabalhista e tributária.

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AGE em fevereiro

A Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac) promoverá no dia 13 de fevereiro (quarta-feira), em Brasília/DF, a primeira Assembleia Geral Extraordinária (AGE), Gestão 2018-2022, em 2019.

A AGE reunirá a diretoria da entidade e os presidentes dos Sindicatos filiados com o objetivo de discutir ações estratégicas em defesa do segmento e diversos assuntos e afetos as empresas de limpeza e conservação.


Segurança privada brasileira participa de
assembleias internacionais no Uruguai

O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Segurança e Vigilância (Abrevis) e vice-presidente Nacional da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), José Jacobson Neto, representou o Brasil junto às câmaras internacionais que, excepcionalmente, se reuniram de forma conjunta na cidade de Montevideo, capital do Uruguai. A convocação partiu da Federação Pan-americana de Segurança Privada (Fepasep) e da Federação de Câmara de Segurança do Mercosul (Fesesur). O evento ocorreu no dia 15 de dezembro e contou com a presença de representantes de países da América do Sul e da América Central.

As reuniões prestaram homenagens póstumas ao empresário argentino Aquiles Gorini, que presidiu ambas as federações. As entidades lavraram ata especial do evento, que levou o nome do empresário. O evento será registrado como Congreso Conjunto de Seguridad Privada Don Aquiles Gorini – Fepasep e Fesesur.

Após as formalidades da homenagem, ocorreram simultaneamente as assembleias convocadas nas quais foram discutidas as iniciativas que cada câmara adotou para impulsionar o fortalecimento do segmento. Os participantes expuseram dados sobre as medidas que cada país tem trabalhado na prevenção do crime e na colaboração que a segurança privada vem prestando às autoridades.

Indicado pelo presidente da Fenavist para representar a Federação, José Jacobson Neto, expôs claramente a situação do segmento da segurança privada brasileira, cuja ação se intensificou com a prestação de serviços em vários setores produtivos.
No pronunciamento, ele ressaltou que, embora o país já disponha de uma lei específica que disciplina, orienta e fiscaliza a segurança privada, o setor luta para a aprovação de um novo Estatuto. E que a legislação, que tramita no Congresso Nacional, é reconhecida pelas autoridades com um marco importante para consolidação dos serviços especializados.

Após as manifestações, ocorreram as eleições para troca do corpo diretivo das entidades. As reuniões e assembleias conjuntas foram uma inovação na rotina das duas entidades e mostraram-se muito produtivas. Assuntos diversos puderam ser tratados de forma mais ampla.

 

DESTAQUES NA MÍDIA

25/12/2018

Raquel Dodge emite pareceres em série contra a reforma trabalhista

Para PGR, normas violam direito de propriedade, dignidade humana e saúde e são retrocesso

Arthur Cagliari William Castanho – SÃO PAULO

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, emitiu pareceres em série contra a reforma trabalhista. As manifestações foram apresentadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) dias antes do início do recesso do Judiciário.

Parte das ações aguardava pela opinião da PGR para a corte dar prosseguimento à análise dos casos. Na quarta-feira (19), quatro posicionamentos de Dodge entraram no sistema do STF.
Todos eles são contrários total ou parcialmente a novas regras da CLT(Consolidação das Leis Trabalhistas), em vigor desde 11 de novembro de 2017. As mudanças foram aprovadas pelo Congresso e implementadas pelo governo Michel Temer.

As manifestações de Dodge se dão às vésperas do início do mandato do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Ele propõe maior flexibilização das leis trabalhistas.

Em todas as ações, a Câmara dos Deputados diz que seguiu a tramitação legal. Senado Federal, AGU (Advocacia-Geral da União) e Presidência da República defendem a constitucionalidade da lei.
Dodge, porém, rejeita a correção de dívidas trabalhistas pela TR (taxa referencial) e a de depósitos judiciais pela poupança.
São dois pareceres. O tema é discutido em uma ADI (ação direta de inconstitucionalidade) e uma ADC (ação declaratória de constitucionalidade).

Para Dodge, a correção pela TR é uma violação do direito de propriedade.
"A inovação trazida pela lei 13.467 [reforma trabalhista], com adoção do índice da caderneta de poupança para a atualização monetária, foi positivada com ofensa aos esteios constitucionais, sendo imperiosa a utilização de outro índice", diz a procuradora-geral.
Ela ainda lembra que decisões do STF sobre correção monetária em condenações impostas ao poder público exigem a reposição da inflação.

Dodge sugere que a Justiça do Trabalho adote o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-Especial), do IBGE.
Hoje, parte dos juízes já usa esse índice, cuja divulgação, ao contrário do IPCA, a inflação oficial do país, é trimestral. O IPCA é mensal.
A procuradora-geral também é contra a fixação de indenização por dano moral atrelada ao salário.

A nova CLT prevê uma escala de ofensas. Elas vão de natureza leve a gravíssima. O juiz pode conceder uma indenização que varia de três vezes o salário do empregado a 50 vezes a sua remuneração.
Antes da reforma, cabia ao juiz estabelecer o valor.
Para Dodge, as novas regras são discriminatórias e afetam o direito da personalidade.

"Ao utilizar esse parâmetro, a norma valora a reparação do dano moral sofrido pelo trabalhador conforme a posição salarial por ele alcançada no mercado de trabalho, submetendo a dignidade humana, objeto da tutela, à estratificação monetária por status profissional", afirma.
Outro ponto atacado é o trabalho de gestante ou lactante em local insalubre. Pela reforma, o afastamento se dará após apresentação de atestado médico com essa recomendação.

"A (suposta) proteção –ou melhor, desproteção– que encerra não atende à urgência reclamada pela situação de vulnerabilidade da trabalhadora gestante ou lactante, nem condiz com a relevância dos bens jurídicos em questão (vida, saúde, maternidade, infância e trabalho digno e seguro)", afirma Dodge.

Para ela, a regra significa "retrocesso social"

Em outra ação, no fim de outubro, Dodge se manifesta sobre um dispositivo da nova lei que obriga a definição do valor da causa (quanto o trabalhador quer receber) já na petição inicial. Ela propõe uma interpretação à lei que tire seu caráter compulsório.

Para o advogado Jorge Pinheiro Castelo, do escritório Palermo e Castelo, os pareceres adequam regras da reforma justamente para que possam ter aplicação e trazer segurança jurídica. "A reforma em alguns pontos saiu da curva", afirma Castelo.

O presidente da Anamatra (associação de juízes trabalhistas), Guilherme Feliciano, destaca os aspectos jurídicos das manifestações da PGR.
"A crítica [da Anamatra, autora de ADIs] era técnica, e isso agora se revela pela caneta da PGR, que, a partir de uma análise equidistante e ponderada, aponta vários dos vícios de inconstitucionalidade da reforma", diz Feliciano.

De sete pontos polêmicos, a PGR defendeu a constitucionalidade de dois.

Dodge apoiou o fim do imposto sindical obrigatório. Ela deu aval ao trabalho intermitente —sem carga horária predefinida—, cujo julgamento foi suspenso e será retomado no dia 12 de junho de 2019.
Não há previsão para a análise dos outros casos.

APROVADO NO SENADO

O Senado aprovou na terça-feira (18) o projeto de lei que altera regras sobre o afastamento de gestantes e lactantes em trabalho insalubre. O texto seguirá para a Câmara.

Segundo o projeto do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), apenas poderá trabalhar em local de insalubridade mínima ou média a gestante que apresentar laudo de médico de confiança atestando sua capacidade de continuar no serviço.

O assunto foi tratado em medida provisória que caducou em abril, porque não foi votada pelo Congresso.
O texto da MP era parte de acordo do governo Michel Temer para que se aprovasse a reforma no Senado sem alterações, ou o texto teria de voltar para a Câmara.

A proposta aprovada na reforma de 2017 estabelecia o contrário: para ser afastada de local insalubre mínimo ou médio, a mulher deveria apresentar atestado comprovando a necessidade de afastamento.

ESTOQUE DE AÇÕES

Com a reforma trabalhista, o número de processos pendentes de julgamento caiu ao menor volume em seis anos.
Segundo o TST (Tribunal Superior do Trabalho), em outubro deste ano, últimos dados disponíveis, a Justiça do Trabalho tinha 1,2 milhão de ações à espera de julgamento.

O número é igual ao registrado no fim de 2012.
Desde o começo do ano, a redução é de 33%, e o estoque não para de baixar. Em dezembro de 2017, a Justiça do Trabalho acumulava um estoque de processos pendentes de 1,8 milhão.

As mudanças introduzidas pela reforma trabalhista impactaram diretamente o dia a dia das varas de todo o país.
Além de desafogar os estoques de processos e agilizar os julgamentos, a nova lei também fez cair o número de novas ações ajuizadas.

Neste ano, houve uma queda de 37% nos novos casos.

OS QUESTIONAMENTOS NO SUPREMO

Quem ajuizou as ações?

• PGR (Procuradoria-Geral da República)
• Confederações sindicais
• Entidades de classe de âmbito nacional
31 ações diretas de inconstitucionalidade ou declaratórias de constitucionalidade ao menos foram ajuizadas no Supremo com questionamentos a pontos da reforma trabalhista
11 processos estão pendentes de julgamento –de uma só vez, 20 ações caíram quando o Supremo julgou constitucional o fim do imposto sindical obrigatório

Como funciona o julgamento

• Pela Constituição, a PGR deve ser ouvida em todas ADIs (ações diretas de inconstitucionalidade)
• Apontado o relator por sorteio, ele deve organizar o processo e enviá-lo ao pleno, com 11 ministros
Temas à espera de julgamento
• Contrato intermitente (julgamento em 12 de junho de 2019)
• Gratuidade da Justiça Valor da causa
• Correção monetária
• Indenização por dano moral
• Trabalho insalubre de gestante e lactante


24/12/2018

Carga burocrática e carga tributária

Pagamos tributos para uma burocracia dominante

Ives Gandra da Silva Martins

Uma das reformas mais discutidas há 28 anos –desde a Comissão Mattos Filho, do governo Collor– e jamais concretizada é a reforma tributária.

Dois são os objetivos desejados pela população e pelos especialistas: redução do peso dos tributos e simplificação do sistema. A carga tributária no Brasil, segundo a OCDE, supera a do Japão, Suíça, Estados Unidos, China, Coreia do Sul, México e a da grande maioria dos países, nivelando-se em patamar pouco inferior à da Alemanha e se aproximando perigosamente às da França, Suécia e países nórdicos.

O grande diferencial, nos países desenvolvidos de carga inferior ou superior à do Brasil, é que os serviços públicos são de qualidade consideravelmente superiores, principalmente em educação e saúde.

Todos os projetos de reforma tributária no país, seja para redução da carga ou simplificação do sistema, têm esbarrado na triste realidade detectada por editorial desta Folha de 20 de novembro, vale dizer, nos gastos federais com pessoal (R$ 300 bilhões), assim como no que foi apontado por reportagem segundo a qual os gastos de pessoal pressionam as despesas correntes de 14 estados e do DF, superando de muito sua arrecadação.

A carga burocrática impede não só a redução da carga tributária como a simplificação do sistema. Como dizia Alvim Toffler, os "integradores do poder" (burocratas) multiplicam-se nos governos ineficientes, criando obrigações insuportáveis para a sociedade ("A terceira onda"), sendo, em grande parte, mais importantes que os políticos, pois, uma vez acoplados ao poder, não mais o deixam. São permanentes, e não transitórios, como os políticos.

Quanto mais burocratas, mais complicados são os sistemas, pois é a forma de se tornarem imprescindíveis. Quanto mais complicados os sistemas, mais recursos da sociedade são necessários para sustentá-los no poder.

Hoje, a carga burocrática do Brasil impede a redução da carga tributária a tal ponto que o peso dos tributos é destinado de forma assustadora à remuneração, em dose superior à dos países desenvolvidos, da burocracia dominante, composta de parcela considerável de servidores não concursados, mas escolhidos, em grande número, por serem amigos do rei. Pagamos tributos não para receber serviços públicos de qualidade, mas para sustentar burocratas e políticos.

Por essa razão, todos os projetos de reforma tributária apresentados nos últimos 28 anos não foram adiante, o mesmo acontecendo com as boas propostas do deputado Luiz Carlos Hauly, ou dos professores Bernard Appy e de De Sancti, pois, em qualquer delas, governadores de estados perderiam o poder de continuar a promover a guerra fiscal do ICMS, assim como os burocratas deixariam de ser necessários para gerar complexidade, algo que se tornou o "nó górdio" em todos os projetos não aprovados no passado.

Creio que uma revolução tributária seja necessária. Nada é tão justo como permitir que o contribuinte entenda as leis que o obrigam a pagar tributos, sem ter, como ocorre nesta terra de Santa Cruz, que se socorrer de uma legião de especialistas.

Enquanto, todavia, burocratas e políticos mantiverem seus privilégios, não ocorrerá a simplificação necessária, que poderia ser feita por legislação infraconstitucional. E o peso dos tributos, superior ao de muitos países desenvolvidos, continuará a flagelar a sofrida nação brasileira –transformada, como na Idade Média, em "escrava da gleba" pelos novos "senhores feudais" do Brasil.

Ives Gandra da Silva Martins – Advogado e professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra


02/01/2019

Forças Armadas são obstáculo a quem quer tomar poder, afirma Bolsonaro

Em transmissão de cargo na Defesa, Bolsonaro se recusou a mencionar Fernando Henrique Cardoso

SÃO PAULO E BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quarta (2) que as Forças Armadas do Brasil são obstáculo para quem quer usurpar o poder no país. A declaração foi feita na transmissão de cargo para o novo ministro da Defesa, a única prestigiada pelo mandatário, capitão reformado do Exército, além da posse dos novos ministros que atuam no Palácio do Planalto.
O evento em que o general de quatro estrelas (topo da hierarquia) da reserva Fernando Azevedo e Silva virou ministro foi um dos mais concorridos do dia de posses em Brasília, dado simbólico em um governo fortemente marcado pela presença de militares de alta patente em seu núcleo decisório. “A situação em que o Brasil chegou é prova inconteste de que o povo, em sua grande maioria, quer respeito, quer ordem, quer progresso”, afirmou.

Disse que os militares, que comandaram uma ditadura de 1964 a 1985, foram esquecidos. “Esquecidos por quê? Porque as Forças Armadas, senhor ministro [Dias] Toffoli [presidente do Supremo, presente], senhora [procuradora-geral da República, também no evento] Raquel Dodge, são na verdade um obstáculo para aqueles que querem usurpar o poder”, disse.

“O tempo passou, as Forças Armadas sofreram um brutal desgaste perante a classe política, mas não junto ao povo, que continua acreditando em nós”, disse. A frase vai contra tudo o que as Forças Armadas desejam neste momento, que é a identificação política com o novo governo, embora o próprio comandante do Exército já tenha dito em entrevista recente à Folha que isso acaba sendo inevitável na retórica ao menos.

Ao longo da campanha eleitoral, Bolsonaro cercou-se de militares da reserva, que comandaram a confecção de seus planos de governo. Em mais de um momento foi levantado o temor de que isso significasse uma tutela de farda sobre o poder civil, algo de resto diferente da ideia clássica de um golpe.

Bolsonaro, que não discursou na posse pela manhã no Planalto, fez uma fala considerada algo deselegante por alguns dos generais presentes no evento. Nela, criticou de forma indireta Fernando Henrique Cardoso, a quem já disse que teria mandado fuzilar na ditadura —os militares de forma geral têm os anos FHC no poder (1995-2002) no poder como um dos piores momentos do pós-redemocratização.
Falando que irá recompor a carreira militar, ainda dependente de regulamentação, o presidente fez uma retrospectiva. Falou de José Sarney (1985-1990), Fernando Collor de Mello (1990-92), hoje senador e que estava presente, e Itamar a Franco (1992-94). Elogiou os esforços deles sobre a carreira, mas quando foi falar de FHC disse que “depois tivemos outro governo, o senhor [o ministro Azevedo e Silva] sabe qual foi”. Falou que a categoria teve problemas, “em especial comigo, mas seguimos a nossa jornada”.

A plateia riu, mas houve censura velada em rodas de conversa após o fim da solenidade. Os governos petistas subsequentes e o mandato de Michel Temer não foram nem citados, ainda que o presidente tenha se apressado em agradecer a presença de Raul Jungmann, civil que ocupou a pasta de 2016 a 2018. Bolsonaro lembrou que foi um dos três deputados a votar contra a criação do Ministério da Defesa, em 1999 sob FHC, por considerar que ele não atendia naquele momento as demandas militares.

Azevedo e Silva será o segundo militar a chefiar a pasta, substituindo o também general da reserva de quatro estrelas Joaquim Luna e Silva. Entre os vários elogios dispensados, Bolsonaro dedicou uma fala especial ao comandante do Exército que deixará o cargo, general Eduardo Villas Boas.

Considerado um grande fiador de moderação nos turbulentos dois anos do governo Temer, ele disse que o general é “um dos responsáveis por eu estar aqui”, citando uma conversa que ambos tiveram entre os dois turnos da eleição. “O que já conversamos fica entre nós”, disse. Oficiais, questionados sobre o real significado da fala enigmática de Bolsonaro, apenas disseram que ele queria se dizer agradecido pelo papel de Villas Bôas, recusado a ideia de tutela militar sobre o novo governo.
Já Azevedo e Silva também citou o balanço institucional da nova conjuntura em sua fala. Elogiou em seu discurso o papel do Judiciário e do Ministério Público Federal em prol da "estabilidade nacional”. Disse a Toffoli e a Dodge que eles são “catalisadores da estabilidade nacional”.
Ambos estavam presentes à posse do general. Azevedo e Silva foi chamado por Toffoli quando ele assumiu a presidência do Supremo, em setembro de 2018, para o assessorar e sempre foi visto como uma ponte de ligação entre as Forças Armadas e o Judiciário para garantir interlocução nas eventuais turbulências do governo Bolsonaro. Agora, seu peso político multiplicou-se —não menos porque generais como o novo chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, deixaram seu papel de consultores de campanha e agora estão no próprio governo, reforçando a teoria da tutela militar.

Heleno seria o vice de Bolsonaro, mas uma questão eleitoral acabou tirando o seu PRP da coligação do agora presidente. O cargo acabou com o polêmico general Hamilton Mourão, que em 2017 defendeu a intervenção militar em caso de caos civil e deixou a ativa no começo de 2018. Sobre a frase de Bolsonaro acerca de Villas Bôas, Heleno desconversou.

O novo ministro da Defesa fez uma deferência à mídia, agradecendo sua presença na cerimônia e o papel de cobrança de autoridades —uma postura bem diferente da de Bolsonaro e de seus entorno, hostis à imprensa. Ele ressaltou que as Forças Armadas irão agir apenas dentro do que estabelece a Constituição, inclusive em questões de segurança pública.

De saída do cargo, o também general Joaquim Silva e Luna despediu-se com um discurso no qual defendeu o trabalho de sua pasta. Elogiou sua equipe, "uma seleção da Copa de 1970 de amigos", e citou valores caros ao bolsonarismo. "Nesse mundo volátil, é preciso ter valores sólidos. Vemos instituições destruídas pela falta de Deus", disse.
Bolsonaro o elogiou bastante e disse que, no que depender dele, o general “não vai botar o pijama, não”. Há especulação de que ele poderá ser aproveitado em algum cargo no Planalto.


02/01/19

Carga tributária ideal é 20%, diz Paulo Guedes

Entenda quais são as principais medidas do novo ministro à frente da pasta da Economia

Adriana Fernandes, Idiana Tomazelli, Lorenna Rodrigues e Eduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu uma “enxurrada” de medidas nos próximos dias. “Não faltará notícia”, avisou. Segundo ele, nos primeiros 30 dias de governo serão tomadas medidas que não precisam mexer na Constituição, conforme antecipou o Estadão/Broadcast.

As reformas estruturantes serão enviadas após o novo Congresso Nacional tomar posse, em 1.º de fevereiro. “Vamos na direção da liberal democracia, vamos abrir a economia, simplificar impostos, privatizar, descentralizar recursos para Estados e municípios.” Confira os principais pontos do discurso.

Reforma tributária
Guedes defendeu a criação de um imposto único, que simplificará o pagamento de tributos. O ministro disse que a carga tributária ideal para o Brasil é de 20%, bem abaixo dos atuais 36%. “Acima de 20% é o quinto dos infernos. Tiradentes morreu por isso.”

Segundo o secretário da Receita, Marcos Cintra, há uma série de alternativas para a criação do imposto único – ele disse preferir a tributação sobre as movimentações financeiras, mas ressaltou que é possível também criar um imposto sobre valor agregado (IVA) ou sobre o faturamento das empresas. Antes do envio da proposta de reforma, porém, haverá medidas de simplificação – uma das avaliadas será o projeto de simplificação do PIS/Cofins que o governo Michel Temer deixou pronto. No Imposto de Renda, o secretário defendeu poucas alíquotas e uma alíquota adicional, maior, para altas rendas.

Privatizações
Guedes disse que as privatizações serão o segundo pilar do governo, depois da reforma da Previdência. Ele lembrou que corrupção e venda de favores em empresas públicas estiveram no centro de escândalos nos últimos anos. “Mensalão, petrolão, ocorreram em empresas públicas”, disse o ministro. Na cerimônia de transmissão de cargo, o novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse também que o banco começará a abrir o capital de suas subsidiárias e que pelo menos duas ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) serão feitas ainda este ano. Na sua gestão, segundo Guimarães, serão ofertadas ao mercado as áreas de seguros, cartões e loterias.

CLT
O ministro afirmou que o governo de Jair Bolsonaro vai “inovar e abandonar a legislação fascista” da CLT, em referência à criação da carteira de trabalho verde e amarela, uma das promessas de campanha. Segundo ele, o objetivo é absorver pessoas que hoje estão no mercado informal de trabalho e “libertar” os trabalhadores do sistema de repartição da Previdência, pelo qual os ativos contribuem e bancam o pagamento de benefícios de aposentados.

Corte de gastos
Guedes disse que o primeiro diagnóstico de sua equipe é que é necessário controlar a expansão dos gastos públicos, que chamou de “mal maior”. “Não precisa cortar dramaticamente, sangrar, é não deixar crescer no ritmo que crescia”, disse. Ele defendeu o teto de gastos, que limita o crescimento da despesa pública, mas disse que é necessário fazer as reformas para que ele se sustente. “O teto sem parede de sustentação cai. Temos de aprofundar as reformas, que são as paredes.


Nova equipe econômica pretende anunciar medidas a cada dois dias

Plano é tornar públicos projetos que tenham interesse direto da população ou das empresas, com foco na simplificação ou na desregulamentação da economia: iniciativas são consideradas um ‘aquecimento’ para as medidas mais fortes, como a Previdência
Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, O Estado de S. Paulo
02 Janeiro 2019 | 05h00
BRASÍLIA – Poucas horas antes da cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, trabalhava na análise de seis a sete medidas baixadas pelo ex-presidente Michel Temer que serão revisadas pelo novo governo. A decisão unânime da Câmara de Comércio Exterior (Camex) de abrir a economia com a redução da tributação para bens de capital, informática e telecomunicações importados será um dos alvos dessa reavaliação inicial da equipe econômica.

A estratégia será anunciar “de dois em dois dias” alguma medida de interesse direto da população e das empresas, com foco na simplificação de tributos e desregulamentação da economia. As iniciativas são consideradas como um “aquecimento e aperitivo” enquanto se espera a volta do Congresso Nacional para o envio das propostas mais “fortes”, entre elas a da reforma da Previdência – apontada como a “batalha maior” e prioridade número.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Guedes quer fazer uma abertura comercial começando em ritmo mais devagar nos primeiros anos. O modelo será diferente do proposto pelo seu antecessor no cargo, Eduardo Guardia, e aprovado nos últimos dias de governo pela Camex, que prevê uma redução linear do Imposto de Importação (II) de uma média de 14% para 4% em quatro anos (um pouco a cada ano), como revelado no Estado no último sábado. A inclusão de última hora da análise da medida na pauta da Camex foi bastante criticada pela indústria nos últimos dias.

A decisão de abrir a economia brasileira nos próximos anos está tomada, segundo uma fonte do governo, mas, antes, a equipe de Guedes quer adotar as medidas de simplificação. O próprio Bolsonaro reforçou a necessidade de abertura no discurso de posse

Guedes passou a manhã de 1º de janeiro no hotel onde está hospedado com a família em Brasília. Conversou, por telefone, com auxiliares sobre a revisão das medidas de Temer. Foi tietado por apoiadores de Bolsonaro e posou para selfies durante e depois do café da manhã.
A interlocutores, afirmou que não fará uma divulgação de “pacote”, mas adotará um processo contínuo de desregulamentação, simplificação, redução dos tributos e diminuição da interferência do Estado na vida dos brasileiros.

A ideia é começar implementando medidas que não dependam de aprovação do Congresso, entre elas a eliminação de exigências cartoriais e comprovações de informações, que poderão ser autodeclaradas, como já ocorre com o Imposto de Renda da Pessoa Física.

A visão que a nova equipe quer transmitir é de que o governo não é o “salvador” e que, quanto menor a interferência do Estado, melhor para os cidadãos e para as empresas.

O governo também vai focar em medidas para combater “ralos” nas contas públicas, incluindo o INSS. A estratégia é promover alguns ajustes atacando fraudes em benefícios, rebatendo o discurso de que o governo vai penalizar o mais pobre ao tentar emplacar novamente mudança nas regras de aposentadoria e pensão no País.

 

CENTRAL BRASILEIRA DO SETOR DE SERVIÇOS – CEBRASSE
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