Por Jovem Pan
22/08/2019 06h49
O Secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, voltou a defender, nesta quarta-feira (21), a criação de um imposto sobre pagamentos nos moldes da antiga CPMF. O tributo substituiria a contribuição sobre folha de pagamento, com o objetivo de gerar novos empregos, e iria para a Previdência, recebendo o nome de Contribuição Previdenciária.
Para Cintra, os críticos do projeto não entendem o funcionamento do tributo. “A ideia é que ele substitua, a potência tributária desse tributo é gigantesca, é muito grande, e ele, infelizmente, é o mais incompreendido por ter a similaridade com a famigerada, a odiada, a detestada, satanizada, CPMF”, disse, em evento para discutir a reforma tributária em São Paulo.
O secretário garantiu que o imposto não incidiria sobre algumas operações do mercado financeiro, como aplicações, e que a Contribuição Previdenciária começaria com uma alíquota baixa e depois o governo verificaria o efeito do novo tributo.
O secretário não quis comentar os protestos dos auditores fiscais contra interferências na Receita Federal. Pelo menos oito capitais registraram manifestações. O sindicato da categoria afirmou que os atos foram uma resposta aos recentes ataques contra o órgão.
Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) rebateu às críticas sobre as últimas trocas feitas na Polícia Federal e na Receita. “Eu fui presidente para interferir mesmo, se é isso que eles querem. Se é para ser um banana, um poste dentro da presidência, eu tô fora, pô. A Receita Federal é a mesma coisa, tem problemas. Faz um bom trabalho? Faz, mas tem problemas e devemos resolver esses problemas. Como? Trocando gente. O Estado todo está aparelhado”, afirmou.
No começo desta semana, a Receita Federal anunciou a troca do número 2 do órgão. O subsecretário-geral, João Paulo Ramos Fachada foi substituído pelo auditor José Assis Ferraz Neto.
Cintra defende ‘nova CPMF’ e evita responder sobre interferência na Receita
*Com informações da repórter Natacha Mazzaro