Pandemia provoca o fechamento de 7.702 postos de trabalho em Niterói

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Lojas fechadas no Shopping Icaraí: com 3.119 vagas perdidas este ano, o comércio foi um dos setores mais afetados pela crise sanitária Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

NITERÓI — A pandemia do novo coronavírus provocou o fechamento de diversas atividades econômicas em todo o país, prejudicando os negócios e, consequentemente, aumentando a taxa de desemprego. Em Niterói, a situação não foi diferente: ao longo do primeiro semestre de 2020, a cidade perdeu 7.702 postos de trabalho. Trata-se do pior índice semestral registrado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em toda a série histórica, iniciada em 2003.

Para efeito de comparação, no mesmo período de 2019 foram registrados 876 desligamentos, número quase nove vezes menor do que o do deste ano.

Os dados comprovam que a pandemia está diretamente ligada às demissões. Em fevereiro, foram abertas 326 vagas na cidade. Quando as medidas restritivas de combate ao novo coronavírus começaram a ser implementadas, o cenário se inverteu: 1.641 trabalhadores perderam seus empregos em março. A situação se agravou ainda mais em abril, mês em que foram registradas 3.521 demissões em Niterói.

No acumulado do semestre, todos os setores avaliados foram prejudicados. O que mais sofreu, no entanto, foi o de serviços, que abrange 3.829 dos 7.702 trabalhadores demitidos.

O desemprego começou a desacelerar em maio, quando foram registradas 1.524 demissões, e perdeu ainda mais força em junho, mês que computou 540 novos desempregados.

Os números de junho indicam uma tímida recuperação na geração de empregos. Apesar de o mês ter fechado ainda com um saldo negativo (menos 540 vagas), dois dos cinco setores econômicos avaliados contrataram mais do que demitiram: a construção, que contratou 32; e a agropecuária, que abriu cinco novas vagas. Os outros três tiveram saldo negativo: indústria (49), comércio (113) e serviços (415).

Abertura de empresas

João Diniz, presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), explica que o fato de o setor de serviços ser o que mais emprega faz com que o impacto seja sempre maior e mais rápido do que nos outros ramos econômicos:

Estamos falando do setor mais pujante do país, então essa crise repercute com grande força na geração de empregos e na arrecadação.

Para Diniz, os números de junho mostram que os serviços estão se recuperando muito mais rápido do que os governantes imaginavam.

Mesmo com a pandemia, junho apresentou um patamar similar ao de fevereiro no que diz respeito à abertura de empresas. E isso impactará na geração de empregos no setor — avalia.

Depois dos serviços, o setor que mais perdeu vagas ao longo do semestre foi o de comércio: menos 3.119 postos de trabalho. Também em crise, os ramos de construção e indústria registraram 426 e 319 demissões, nesta ordem. Com atividade discreta em Niterói, a agropecuária contabilizou nove vagas a menos.

Link da Matéria:

https://oglobo.globo.com/rio/bairros/pandemia-provoca-fechamento-de-7702-postos-de-trabalho-em-niteroi-24560837

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