Encontro Regional On-Line: balanço da atividade e sugestões de modelos

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Encerramento ocorreu com ‘chave de ouro’, apresentando experiências bem sucedidas de adoção de ferramentas digitais e trabalho remoto

O primeiro Encontro Regional On-Line do Sescon-SP foi um sucesso, a começar pela audiência: mais de 750 inscritos não apenas de São Paulo, mas de vários Estados do Brasil e de outros partes do mundo. A audiência diária foi estimada em duas mil pessoas. E o último dia de atividade, esta sexta-feira (28), não desejou a desejar, contando, inclusive, com sorteio de brindes. Organizada pela regional Sudeste Paulista, os palestrantes e diretores falaram sobre o tema “Novo modelo de negócios para empresas contábeis na prática”.

Quem saudou o público foi o diretor da regional de São José dos Campos, Sérgio Juliano dos Santos. “Agradecemos a todas as pessoas envolvidas na realização desse evento, que trouxe temas fundamentais e atuais, como questões legislativas, tecnológicas e de gestão. E hoje vamos discutir sobre um novo modelo de negócios para as empresas contábeis. Esse é o momento para pensar o futuro? Não. É o presente. Não podemos perder o time”, disse.

No espaço ‘Palavra do Patrocinador’, o diretor de Operações da Omie, Fábio Flaksberg, destacou a parceria da empresa com o segmento e o papel dos profissionais da área. “Estamos mais uma vez ao lado do setor contábil. Este é um momento marcante de desafios e, novamente, sentimos a importância estratégica dos contadores juntos aos empreendedores e negócios do país, para achar soluções neste momento histórico e de crise”, avaliou.

Retrospectiva

O resumo dos painéis anteriores foi feito pelo vice-presidente do Sescon/Aescon-SP, Carlos Alberto Baptistão. Ele relembrou o tema do primeiro dia: legislação trabalhista para o trabalho remoto, onde falou-se, entre outras coisas, sobre necessidade de aditivo aos contratos e concordância do empregado para adoção da modalidade, sobre a importância de cláusula de confidencialidade, cuidados com equipamentos, locais de trabalho e mitigação de riscos. Com relação ao segmento contábil paulista, Baptistão deu uma informação importante. “O Sescon e os sindicatos laborais já estão em tratativas na elaboração do nosso acordo coletivo”, disse.

O segundo dia, voltado a transformação digitar (sistemas, processos e formas de atendimento), Baptistão destacou a necessidade de agilidade na adaptação à nova realidade e na adoção de tecnologias que já estão disponíveis. Outro item rememorado foi o investimento no humano. Sobre o terceiro painel, ocorrido no dia 27, o vice-presidente frisou no tema gestão de pessoas em home-office a percepção que deve haver nos cuidados com as equipes, no estímulo de relações de confiança, baseada na reciprocidade. E, por fim, a demanda pelo fortalecimento da comunicação (inclusive informal) da empresa para o envolvimento de todos nas estratégias adotadas.

Faz dez anos que falamos que precisamos adotar as novas tecnologias, que precisamos de mais assertividade, de mais controle nos nossos processos. Devemos nos adaptar a nova realidade. Se os eventos mudaram – e este é uma prova disso -, as relações das empresas também mudaram. Mas a forma de fazer contabilidade continua a mesma. E este momento serviu para dar visibilidade ao nosso trabalho e nos aproximar ainda mais dos nossos clientes e equipes, vamos manter isto. E não adianta reclamar, dar desculpas ou justificativas. Entramos nesse cenário por emergência, mas devemos sair melhores”, concluiu.

Experiências

E o painel do dia – ‘Novo modelo de negócios para empresas contábeis na prática’ – apresentou a experiência real de dois empresários, um do setor contábil, Diego Gonçalves, e outro da empresa de softwares Omie, através do seu CEO Marcelo Lombardo. Ambos descreveram as trajetórias de suas empresas e como elas acabaram trilhando para um funcionamento 100% digital. O painel foi mediado pelo diretor Financeiro do Sescon-SP, Márcio Teruel Tomazeli.

Diego Gonçalves revelou que seu start, no sentido de apostar a digitalização dos processos e a adoção do trabalho remoto, foi um evento realizado pelo próprio Sescon-SP, no ano de 2012. “Saí de lá com um monte de anotações e fui colocando em prática com o tempo”, lembrou. Sócio de uma empresa familiar, ele explicou que a transição do modelo de operação presencial para o totalmente digital se deu ao longo dos anos, efetivando-se, completamente, em 2016. O empresário também destacou que o fato de ser atleta e acreditar na filosofia preparar a equipe, criar metas e regras claras, fazê-las serem autônomas e comprometidas com as entregas e resultados foi fundamental.

Mas tudo isso tem a ver com o estilo de liderança. O meu estilo sempre foi buscar uma liberdade, uma informalidade trazida do esporte. A naturalidade foi algo transformador. Agora, não estou dizendo que esse é o jeito certo de ser, cada um encontra a sua maneira. Pode ser continuar como antes da pandemia, criar um modelo híbrido ou ser totalmente remoto. O jeito certo de fazer é aquele que nós gostamos. E para mim, é essencial a tecnologia, o trabalho remoto, adotado com naturalidade e sob uma liderança segura, e que isso resulte em qualidade de vida”, opinou.

A experiência relatada pelo CEO da Omie, Marcelo Lombardo, também foi positiva. A empresa de software é totalmente voltada para o segmento contábil e cresceu muito nos últimos anos, alcançando um faturamento de R$ 100 milhões ao ano e tendo 300 colaboradores espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Mas o negócio começou pequeno e o Sescon-SP foi um dos primeiros clientes. Sobre o acúmulo de experiência de modelos de gestão adotados, Lombardo é a favor da segmentação na oferta dos serviços, a adoção de tecnologia para agilizar as tarefas e investimento em marketing de vendas. Ele também crê que as empresas devem empregar tempo na identificação dos problemas raízes, em vez de dispersar energia e recursos em problemas secundários.

Sobre o trabalho remoto, ele admite que ele mesmo não apostava que a ideia que fosse possível, até ter – por conta da pandemia – de colocar toda a equipe para trabalhar de suas casas. “Eu era completamente contrário e estava completamente errado. Acho que uma crise sempre nos ensina lições se sobre como nos comportar em frente a desafios. E a gente pode realmente sair melhor do que entrou, basta se dá a chance de criar hipótese e experimentá-las. Você só vai se mexer realmente diante de uma dificuldade, que passarão. O melhor de tudo é podermos usar todo esse aprendizado”, argumentou.

Encerramento

Presença diária em todo o evento, o presidente do Sescon-SP e da Aescon-SP, Reynaldo Lima Júnior, agradeceu ao público, patrocinadores, apoiadores e equipes que trabalharam para a realização do evento. Ele falou que em breve o Sindicato irá apresentar uma série de parcerias para apoiar as empresas contábeis de São Paulo, na sua maioria pequenas empresas familiares, para que elas possam investir em tecnologias e migrar para nuvem. “A linha de trabalho do Sescon é atender, da melhor forma possível, os nossos associados”, afirmou.

Quanto ao evento, o presidente afirmou que resultado foi surpreendente e animador. “É um evento que podemos determinar como um grande sucesso, pois era para ser regional e tornou-se planetário. E o que tiramos de aprendizado é que a maior dificuldade que sempre tivemos em nossas empresas foi a gestão de pessoas. E a pandemia fez com que nos movimentássemos e agilizássemos processos tecnológicos, estabelecendo com as nossas equipes uma relação de muito mais de confiança. Estamos muito felizes e até o nosso próximo encontro digital!”, despediu-se.

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