Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o SindHosp convidou a médica ginecologista/obstetra e mastologista, Marianne Pinotti, para um bate-papo especial sobre A Mulher como Protagonista da História da Saúde, com o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.
Em sua trajetória profissional, Marianne intercalou a carreira na medicina e na política, inspirada por seu pai, o também médico e político, José Aristodemo Pinotti.
“Tem uma fala do meu pai sempre muito presente na minha vida, que a boa política faz multiplicar o bem, principalmente para as pessoas que dependem da política pública no nosso país”.
Entre suas principais atividades, a médica foi diretora do departamento de Mastologia do Hospital Pérola Byington, secretária da Saúde do Município de Ferraz de Vasconcelos, e secretária Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida do Município de São Paulo — SMPED/PMSP.
Durante a conversa com Balestrin, Marianne falou de temas como os direitos das mulheres, saúde pública, violência contra as mulheres, liderança feminina e o papel dos homens no combate ao preconceito de gênero.
Sobre sua trajetória na política, a médica compartilhou a visão de que muitas pessoas dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS) entendem saúde como um favor e não como um direito. “No momento que as pessoas passam a entender saúde como um direito, elas vão cobrar esse direito e vão atrás de quem elas votaram. No Brasil, não temos essa maturidade política para cobrar. Enquanto o cidadão e a cidadã brasileira não entender que saúde é um direito, não evoluímos”.
Já na pauta feminina, Pinotti relembrou que o direito das mulheres é uma causa recente. “As mulheres começaram a votar em 1932/40, os direitos trabalhistas vieram bem depois e a lei da amamentação é muito recente”. Para a médica, o Brasil tem avançado na defesa dos direitos da mulher e combate ao preconceito, entretanto, o machismo estrutural precisa ser combatido. “O que estamos fazendo para diminuir a violência contra as mulheres não está funcionando, a gente precisa mudar isso”.
Quanto ao mercado de trabalho e cargos de liderança, Marianne conta que a presença feminina tem aumentado, gradualmente. “Há 50 anos, eram 3, 4 mulheres nas turmas de medicinas. Quando meu pai se formou, por exemplo, em 1956, eram apenas duas mulheres. Hoje, elas são maioria nas universidades”, explicou.
O papel dos homens na promoção do protagonismo da mulher
Outro ponto trazido pela médica foi a importância do posicionamento dos homens no combate ao preconceito de gênero. “Os homens precisam entrar nessa luta! A sociedade como um todo, inclusive os homens, devem entender que precisamos ter mais mulheres em espaços de poder e na política. Grandes organizações precisam colocar mais mulheres nos cargos de direção e assim vamos mudando isso. A luta feminista sempre ficou muito nas mãos das mulheres, os pais e maridos precisam entrar na luta, para termos um mundo mais igualitário”.
Quando questionada por Balestrin quanto ao legado que pretende deixar e pelo qual trabalha, Marianne falou sobre a prática do bem. “Somos mais felizes exatamente na medida do bem que fazemos. Na vida, levamos o que a gente amou e o quanto fomos amados”.
E, por fim, deixa a seguinte mensagem:
“As mulheres são a força dessa sociedade. Nós temos o dom de gerar vida e eu trabalho com isso. Quando achamos que não vamos conseguir, a força vem. Eu confio nas mulheres para construir um mundo melhor e desejo um mundo com mais direitos para todas”.
Assista ao Papo da Saúde
Que tal assistir a esse bate-papo por completo? O encontro foi publicado e segue disponível no YouTube, confira abaixo:
Fonte: SindHosp