Empresários do setor de serviços destacam luta contra o tarifaço em missão da Cebrasse nos EUA

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A missão empresarial nos Estados Unidos organizada pela Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse) trouxe à tona uma das maiores batalhas enfrentadas hoje pelos empresários brasileiros: o tarifaço que encarece operações e dificulta a competitividade internacional.

Na agenda, que incluiu uma reunião na Embaixada do Brasil em Washington com a embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti, a delegação expôs não apenas seus objetivos institucionais, mas também a urgência de encontrar caminhos para reduzir os impactos dessa sobrecarga tributária.

Antes, no Consulado do Brasil em Miami, o grupo já havia tratado diretamente do tema com o embaixador André Odenbreit Carvalho. O foco foi claro: como os empresários do setor de serviços podem ser criativos para superar as dificuldades impostas pelo tarifaço e continuar crescendo?

O presidente do Sindeprestem (Trabalho Temporário), Vander Morales avalia que os impactos do tarifaço nas empresas de serviços serão sentidos no momento em que os contratantes que exportam para os EUA não encontrarem mercados substitutos. “A tendência é de redução da produção e como consequência a diminuição dos postos de trabalho terceirizados ou não”, disse.

O presidente da Febrac (Federação Brasileira das Empresas de Facilities), Edmilson Pereira, afirmou que embora o tarifaço do governo Trump seja direcionado à exportação de produtos brasileiros, seu impacto no setor de facilities é real e preocupante. “Representamos um segmento intensivo em mão de obra, que presta serviços essenciais de limpeza, conservação, manutenção, apoio logístico, entre outros, a diversos setores da economia. Quando as indústrias e exportadoras enfrentam perdas de mercado, retraem investimentos, cortam custos e postergam contratos. Além disso, a instabilidade econômica gerada por esse tipo de medida provoca alta do dólar e encarece insumos e tecnologias que utilizamos diariamente, pressionando ainda mais a sustentabilidade das empresas de facilities”, afirmou.

Já a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios avalia que o impacto no setor educacional é grande porque “Qualquer alteração nos custos das escolas, estes não podem ser transferidos para os contratantes enquanto não terminar a vigência do contrato educacional, a saber, um semestre para o ensino superior e um ano para a educação básica. Uma vez estipulado o valor da anuidade ou semestralidade não é possível qualquer reajuste seja qual for a razão. Assim, aumento de juros e todos os demais advindos dessa política, deverão ser absorvidos pela operação financeira da escola. Este é um impacto que pode significar o fechamento de unidades escolares, ou aumento substancial dos valores praticados pelas escolas”, disse.

De acordo com o presidente da Cebrasse, João Diniz, para ampliar parcerias estratégicas, o setor tem buscado apoio para convênios com a ApexBrasil. O objetivo é abrir espaço para que empresas brasileiras conquistem mais presença no mercado norte-americano, especialmente em áreas como software e tecnologia, consideradas prioritárias pela própria embaixada.

“Mais do que uma missão institucional, a agenda se consolidou como um movimento de resistência e inovação diante das barreiras impostas pelo tarifaço — um desafio que exige articulação política, apoio internacional e, sobretudo, criatividade empresarial para que o setor de serviços brasileiro não perca espaço no cenário global”, disse Diniz.

A partir de hoje começaremos mais uma série sobre a participação das entidades na missão oficial.

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