Encerrando nossa série de matérias sobre o Encontro Nacional dos Advogados do Setor de Serviços (ENASS) trazemos o debate sobre o futuro do setor, abordando tanto a eficiência operacional na gestão trabalhista quanto a expansão institucional do evento e a valorização da advocacia especializada.
O CEO da NEXO, Marcelo Gomes, apresentou soluções tecnológicas voltadas para a gestão de recursos humanos e a redução dos riscos trabalhistas. Ele destacou que cerca de 60% dos custos trabalhistas estão relacionados à operação, e que a digitalização de processos pode gerar reduções significativas por meio da eficiência e da segurança jurídica.
Entre as ferramentas apontadas, estão:
- controle de jornada digital, como o ponto eletrônico via celular;
- gestão de afastamentos com base em dados integrados;
- capacitação de equipes para prevenção de falhas e litígios;
- transparência nos processos para melhorar a relação entre empregadores e empregados.
Marcelo Gomes compartilhou casos de sucesso em grandes empresas do setor, que alcançaram queda expressiva nos custos trabalhistas ao adotar tecnologias acessíveis. Para ele, a inovação deve caminhar junto com o respeito às normas, garantindo previsibilidade e produtividade.
O ENASS recomendou o incentivo à adoção de tecnologias e processos eficientes como forma de mitigar riscos trabalhistas e otimizar a gestão de pessoal no setor de serviços.
EXPANSÃO DO ENASS
O vice-presidente jurídico da CEBRASSE, Percival Maricato, apresentou proposta de expansão do ENASS para outras regiões do Brasil, com a criação de comissões estaduais e a formação de uma comissão nacional da OAB dedicada ao setor de serviços.
Maricato destacou a necessidade de unir entidades, advogados e empresários para fortalecer a representatividade do setor e ampliar a capacidade de influenciar decisões judiciais e legislativas. Ele também defendeu a criação de grupos de trabalho temáticos voltados para questões centrais, como cotas de PCDs e aprendizes, reforma tributária e litigância predatória.
O deputado federal Gastão Vieira manifestou apoio às pautas do setor, especialmente na defesa de maior flexibilidade para as cotas de aprendizes e PCDs. Ele se colocou à disposição para atuar como mediador no Congresso Nacional, reforçando a importância do diálogo institucional.
As discussões também apontaram a necessidade de ampliar o relacionamento com o Poder Judiciário e o Ministério Público do Trabalho, buscando maior compreensão e cooperação nas demandas que afetam diretamente a competitividade do setor de serviços.