Economia do Brasil cresce 1,3% em fevereiro, diz Banco Central

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Autoridade monetária revisa dado de janeiro, que agora é expansão de 0,62%

por Gabriela Valente

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17/04/2017

BRASÍLIA
A economia brasileira voltou a crescer. Nas contas do Banco Central, a expansão foi de 1,3% em fevereiro. A previsão dos analistas para o Índice de Atividade Econômica da autoridade monetária (IBC-Br), divulgado na manhã desta segunda-feira pela autarquia era uma alta de 0,6%.
O BC revisou o dado de janeiro de uma queda de 0,26% para uma alta de 0,62%. Isso reflete uma revisão intensa dos dados referentes a janeiro nos setores de serviço e comércio divulgados pelo IBGE se deu por causa de uma mudança metodológica que segue as normas internacionais. (notícia abaixo)
Boletim do Bradesco, assinado pelo economista-chefe, Fernando Honorato Barbosa, afirma que o resultado surpreendeu positivamente, “impulsionado pelas revisões altistas dos dados de vendas do varejo e de receitas de serviços”.
Na semana passada, o IBGE informou que o varejo brasileiro registrou expansão de 5,5% em janeiro, na comparação com dezembro, em vez da retração de 0,7% que havia sido anteriormente informada. Nesta quinta-feira, o instituto revisou o número de janeiro para o setor de serviços, de uma queda de 2,2% para uma alta de 0,2%.

Setor de serviços cresce 0,7% em fevereiro, mas recua 5% em 12 meses

No confronto com fevereiro de 2016, o setor apontou queda de 5,1%.

O volume do setor de serviços do país cresceu 0,7% de janeiro para fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Houve revisão dos dados e foi registrado crescimento de 0,2% em janeiro e de 0,6% em dezembro. No confronto com fevereiro de 2016, o setor apontou queda de 5,1%, após ter registrado quedas de 3,5% (revisado) em janeiro e de 5,7% em dezembro. Com esses resultados, a taxa acumulada no ano ficou em -4,3% e, em 12 meses, -5%

Revisão

O IBGE revisou os indicadores de janeiro. Em vez do recuo de 2,2% que havia sido divulgado, o volume de serviços avançou em 0,2% na comparação com dezembro. Já na comparação com janeiro de 2016, a queda foi de 3,5% e não de 7,3% conforme o órgão divulgou.
A revisão dos dados foi realizada a partir de uma mudança metodológica da pesquisa. De acordo com o IBGE, foi realizada uma atualização da amostra de informantes – eram cerca de 8 mil empresas pesquisadas e agora são mais de 12,2 mil. Com isso, o ano base para o cálculo dos indicadores passou a ser 2014, e não 2011 como era considerado para o levantamento dos indicadores até dezembro do ano passado.
Com a atualização metodológica da pesquisa, houve uma alteração nos pesos amostrais de cada um dos setores pesquisados para composição dos indicadores de serviço. O peso dos serviços prestados às famílias aumentou de 6,4% para 8,1%; o peso dos serviços de informação e comunicação caiu de 35,7% para 30,8%. Já o peso dos serviços profissionais, administrativos e complementares aumentou de 20,5% para 22,9%; o de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio passou de 30,8% para 31,2% e o de outros serviços passou de 6,6% para 7,1%.

Por atividades

Por atividade, em relação a janeiro, cresceram em fevereiro os segmentos de serviços prestados às famílias (0,6%); transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,5%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (0,2%). Os recuos foram registrados nos segmentos de serviços de informação e comunicação (-1,5%) e outros serviços (-0,5%).
O agregado especial das atividades turísticas apresentou crescimento de 0,2% na comparação com o mês imediatamente anterior. As variações positivas foram no Distrito Federal (24%), São Paulo (5,6%) e Goiás (2,7%). As variações negativas foram registradas em Pernambuco (-14,7%), Espírito Santo (-6,5%), Bahia (-5,1%), Rio de Janeiro (-3,3%), Ceará (-2,4%), Santa Catarina (-2,3%), Paraná (-2,0%), Rio Grande do Sul (-1,4%) e Minas Gerais (-0,9%).
O analista da Coordenação de Serviços e Comércios do IBGE, Roberto Saldanha, destacou que os indicadores de fevereiro mostram que há uma melhoria no setor de serviços do país. “Já estamos no quarto mês de crescimento na margem, com ajuste sazonal”, afirmou.
Ele explicou que essa melhoria se deve aos setores de comunicação, transportes terrestres e serviços prestados às famílias. Segundo ele, o avanço no setor de transportes se deve a um aumento na atividade industrial, que mais demanda o setor. Já a melhora nos serviços prestados às famílias tem a ver com a desaceleração da inflação. “Há uma estabilização nos preços, o que reflete no padrão de consumo das famílias”, disse.
Na comparação com fevereiro de 2016, as maiores contribuições para a queda foram de serviços profissionais, administrativos e complementares, com -2,4 ponto percentual; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com -1,5 pp; serviços prestados às famílias, com -0,6 pp; outros serviços, com -0,5 pp, e serviços de informação e comunicação, com -0,1 pp.
Saldanha destacou que a atividade que teve a maior retração foi o de serviços técnico-profissionais (-21,5%). “Esse setor é muito sensível a questões de retomadas de contratos”, disse o pesquisador, ressaltando que no começo de 2016 houve grande contratação na área de petróleo e gás que não se repetiu neste ano.
Outro segmento que registrou grande retração na comparação com o mesmo mês do ano anterior foi o de transporte aéreo (-14,6%). “Isso tem a ver com o preço das passagens aéreas. O preço alto nos meses de janeiro e fevereiro deste ano provocou a queda no volume deste serviço”, disse.

Receita

A receita nominal em fevereiro registrou variação de 0,2% em relação a janeiro e, na comparação com mesmo mês do ano anterior, ficou em 0,5%. A taxa acumulada no ano ficou em 1,3% e, em 12 meses, 0%.

Regiões

Em relação aos resultados regionais em fevereiro, os maiores crescimentos foram em Rondônia (9,1%), Mato Grosso (8,5%) e Acre (2,5%). As maiores quedas foram no Ceará (-9,8%), Espírito Santo (-5,3%) e Pernambuco (-5,2%).
Na comparação com fevereiro de 2016, as maiores altas foram registradas no Piauí (10%), Mato Grosso (3%) e Acre (0,5%). As maiores quedas foram registradas em Tocantins (-25,2%), Amapá (-18,9%) e Rondônia (-18%).

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