Líder do PMDB no Senado se declara contra aumento de impostos

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Da TV Senado


Marcos Oliveira/Agência Senado
Em entrevista ao programa Salão Nobre, da TV Senado, o líder do PMDB no Senado, senador Raimundo Lira (PB), disse que aconselhou o presidente Michel Temer a não aumentar impostos. A reação de Lira ocorreu depois que a imprensa anunciou que o governo estuda aumentar a alíquota máxima do Imposto de Renda (IR) para pessoa física para 35%. Segundo ele, o brasileiro já trabalha mais do que cinco meses por ano só para pagar impostos e não aguenta mais. Diante da reação da base aliada, Temer recuou e disse que não deve encaminhar o aumento do IR.
Economista e professor universitário, o senador compara a carga tributária brasileira à norte-americana. Ele explica que, nos Estados Unidos, o teto é de 36%, mas só paga esse valor quem tem rendimento superior a US$1,5 milhão. A maior parte da população dos EUA paga até 22%, de acordo com Lira. Segundo ele, o Brasil tem a mesma carga tributária da Holanda, mas não oferece serviços públicos com a mesma qualidade. Para o país ganhar em competitividade, ele recomenda a redução gradativa da carga tributária, a exemplo de China e Coreia do Sul.
Relator da Medida Provisória (MPV) 778/2017, o senador defende a renegociação de dívidas previdenciárias de estados e municípios, porque, segundo ele, esses entes são prejudicados na divisão da arrecadação. O texto original da MP prevê redução de 25% em multas e encargos e 80% nos juros para quem aderir à renegociação. Lira passou a redução das multas para 40% no relatório aprovado pela comissão mista. A MP ainda vai passar pela análise dos Plenários da Câmara e do Senado e, de acordo com o relator, não prejudica o caixa da Previdência.
Outro assunto abordado pelo líder do PMDB na entrevista foi a segurança pública, prioridade do Senado este semestre. Ele defendeu o endurecimento das penas na reforma do Código Penal, em análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Lira criticou a atuação de grupos de direitos humanos contrários a penas mais duras. Para o senador, elas previnem a ocorrência de crimes.