As empresas e seus RHs têm um papel importante nessa transformação, para além de dar emprego
Independência é a palavra que demonstra o quanto mais oportunidades no mercado de trabalho podem mudar a vida e a realidade das mulheres no Brasil. Seja financeira ou emocional, toda essa independência traz consequências positivas e ajuda tanto pessoal quanto profissionalmente. Ganhar seu próprio dinheiro e ter a possibilidade de tomar suas próprias decisões garantem inclusive mais segurança e liberdade para aquelas que sonham em seguir suas carreiras.
As empresas e seus RHs têm um papel importante nessa transformação, para além de dar emprego. O segmento de varejo, beleza e serviços, por exemplo, já tem uma quantidade significativa de mulheres em seus quadros de colaboradores. É preciso mais. São necessários programas específicos que as ajudem a crescer na profissão, e as preparem para cargos de liderança ou a conquistar posições maiores dentro das companhias onde atuam. Sabemos que esse é um cenário ainda difícil para o público feminino: apenas 38% das mulheres ocupam cargos de liderança no nosso País, de acordo com pesquisa realizada pela Grant Thornton em 2022. Avançamos muito, mas podemos fazer mais.
Desenvolver programas de treinamentos que incentivem a formação de liderança e de tomadas de decisão, disponibilizar cursos de exatas para aprimorar o entendimento sobre balanços, números e resultados das companhias, são algumas das iniciativas que podem contribuir para que as mulheres possam se desenvolver e se preparar para assumir cargos mais elevados. Com isso, as empresas ganham e a nossa sociedade também, se tornando mais igualitária.
Há ainda um outro passo mais profundo: o acolhimento, uma atitude essencial para conseguirmos avançar quando falamos de oportunidades. Para que as mulheres possam trabalhar e crescer profissionalmente precisam também se sentir acolhidas caso escolham ter filhos, por exemplo. Iniciativas que deem suporte para as colaboradoras mães, ou até mesmo para aquelas que sofrem com violência doméstica, podem de fato transformar a nossa realidade. Junto com o acolhimento vem a importância de acabar com a discriminação dentro das empresas. Mudanças de cultura e programas que treinam seus funcionários sobre diversidade são iniciativas fundamentais dos RHs para abrir mais portas a todas aquelas que sofrem ou já sofreram algum tipo de preconceito no ambiente de trabalho.
É cada vez mais claro para a nossa sociedade que a inserção e o crescimento não dependem somente de suas próprias iniciativas. A independência da mulher e a transformação só chegarão quando os espaços e as chances forem, de fato, igualados. Vamos continuar nesse propósito de que as mulheres podem estar em qualquer lugar, buscando oportunidades para fazer o que quiserem. E, neste sentido, as empresas podem contribuir para a construção de um mundo mais equilibrado.
(*) Mariana Costábile, diretora de Pessoas, ESG, Performance e Cultura da Espaçolaser