09/06/2017 Relator apresenta voto sobre reforma trabalhista à CAS na terça-feiraRodrigo Baptista e Elina Rodrigues Pozzebom O forte embate entre governo e oposição deverá marcar, mais uma vez, as discussões acerca do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/2017, que contém a reforma trabalhista. O relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) será lido na terça-feira (13), na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), mas a oposição já prometeu apresentar textos alternativos. Apesar de o item ser único na pauta, a expectativa é de que a reunião seja longa, a exemplo do que ocorreu na passagem do PLC pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Só a leitura do relatório e a discussão dos votos em separado levaram mais de seis horas. Mesmo com o acordo fechado sobre o calendário de andamento do projeto pelas comissões, não há consenso sobre o teor do texto e o caminho escolhido pelo relator para se manifestar. Enquanto Ferraço prefere não sugerir alterações e recomendar vetos nos pontos mais polêmicos ao presidente Michel Temer, evitando assim o retorno do projeto à Câmara, a bancada oposicionista, sob o comando de Paulo Paim (PT-RS), acredita que o relator está abrindo mão do direito do Senado de balizar melhor a proposta. Indicações de veto Os pontos mais polêmicos do texto receberam indicação de veto de Ferraço, como a previsão para que gestantes e mães que amamentam possam trabalhar em ambientes insalubres se o médico assim o permitir. Outro veto a ser imposto é à possibilidade de negociação individual para o estabelecimento da jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, hoje aplicada a algumas categorias profissionais, por acordo coletivo. No entanto, outros itens considerados temerários receberam o aval do relator, apesar de os integrantes da oposição acreditarem que eles são prejudiciais e precarizam as condições de trabalho dos assalariados. Um dos eixos principais da reforma é a prevalência do “acordo sobre o legislado”, que segundo Ferraço, tornará os contratos mais eficientes, além de melhorar as condições de trabalho. O relator afirma que há um cenário de insegurança jurídica que deve ser combatido: — A reforma trabalhista tem o objetivo de proteger as leis e a própria Constituição de uma ofensiva de decisões judiciais que invadem a competência do Congresso — apontou Ferraço em seu relatório na CAS. Leia mais
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
“Estamos incorporando flexibilização, toda ela protegendo tudo aquilo que é fundamental para o trabalhador, considerando ainda que nossa proposta é inclusiva – “Temos 140 milhões de trabalhadores em idade laboral, e apenas 50 milhões são protegidos pela CLT". Precisamos ampliar a proteção para mais pessoas” – OUÇA AQUI
Votação da reforma Trabalhista em Comissão é adiada, mas deve ir a plenário este mêsAcordo entre senadores da base e da oposição durante Comissão fará com que a reforma seja votada em 20 de junho na Comissão de Assuntos Sociais (CAS); no dia 28 o texto será apreciado no Plenário Fernando Nakagawa, O Estado de S.Paulo -08 Junho 2017 BRASÍLIA – Mesmo com o acordo que atrasará em pelo menos uma semana a tramitação da reforma trabalhista no Senado, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), mantém a previsão de que o projeto que altera a legislação trabalhista será votado ainda este mês no plenário. A oposição comemorou o atraso, mas concorda que o projeto deve ser votado ainda em junho no plenário. O acordo firmado mais cedo entre senadores da base governista e da oposição fará com que a reforma seja votada em 20 de junho na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) – o calendário original previa votação uma semana antes, dia 13. Assim que o tema for apreciado na CAS, o tema vai para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia seguinte, 21 de junho, quando Jucá – que é o relator do tema no colegiado – deverá apresentar o relatório. O tema deve ser votado uma semana depois, em 28 de junho, pela manhã na CCJ e, então, estará pronto para apreciação no plenário no mesmo dia. Com esse calendário, Jucá reafirma o cronograma do governo que prevê votação da reforma trabalhista ainda em junho no plenário do Senado – última etapa antes da sanção presidencial. Por isso, os senadores da base avaliam que, no fim do processo, não haverá atraso na tramitação. A oposição, porém, comemorou o atraso. Continue lendo no Facebook da Cebrasse
Medida Provisória colocará limite ao trabalho intermitenteAcordo entre senadores e governo prevê que nova modalidade de contratação só poderá ser usada pelos setores de comércio e serviços Fernando Nakagawa, O Estado de S.Paulo, 08 Junho 2017 BRASÍLIA – Técnicos da Casa Civil e do Ministério do Trabalho elaboram a medida provisória prometida pelo governo durante as negociações da reforma trabalhista para regular os contratos intermitentes – quando não há carga horária mínima e o empregado atua apenas quando convocado. Governo e senadores concordaram que apenas o comércio e o setor de serviços poderão usar a nova forma de contratação. A MP do trabalho intermitente deve ser concluída nos próximos dias e um dos pontos já acertados é o que restringe o trabalho intermitente aos dois segmentos. Assim, a indústria e o agronegócio não poderão contratar mão de obra com esse novo tipo de relação. Segundo uma fonte que acompanha o tema no governo, a medida é considerada uma “salvaguarda” para evitar eventuais abusos na contratação de empregados. Senadores demonstraram preocupação com o uso indiscriminado desse contrato e, durante debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), muitos parlamentares pediram mudança nesse tópico da reforma trabalhista. No entendimento do governo, varejo e serviços poderão usar o novo contrato porque oferecem situações que realmente permitem o uso adequado do trabalho intermitente. Um exemplo é o buffet especializado em serviços externos que contrata um garçom, mas só o chama quando houver evento. Nos outros dias, o empregado não trabalha, mas também não recebe salário.
Formalização. Defensores da medida dizem assim que será possível formalizar empregados que atualmente são informais. Críticos, ao contrário, dizem que o contrato deve deteriorar a relação trabalhista ao permitir a migração de contratos tradicionais para intermitentes. Na Casa Civil, além do debate sobre o funcionamento do contrato intermitente, também é feita análise jurídica sobre eventual edição de MP de um tema que será votado brevemente no Senado. Há dúvida se o procedimento poderia ser questionado judicialmente.
08/06/2017 A vitalidade do governoA aprovação do texto da reforma trabalhista pela CAE do Senado representa um bom sinal de vitalidade do governo Temer A aprovação do texto da reforma trabalhista pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) representa um bom sinal de vitalidade do governo do presidente Michel Temer em meio à maior crise de seu mandato. O placar da votação foi apertado – 14 votos favoráveis e 11 contrários –, mas suficiente para permitir o avanço da tramitação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/2017, que altera substancialmente mais de 100 disposições da anacrônica Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e indicar que, não obstante todo o imbróglio político-jurídico em que se encontra, o governo mantém a capacidade de articulação de sua base aliada em prol da aprovação de reformas imprescindíveis para o País. Mais do que um respiro político para o governo, a aprovação do relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) representa um ganho para a sociedade. Um importante passo foi dado para dotar o País de uma legislação trabalhista arejada, que se coaduna com a realidade das práticas de mercado que passará a regulamentar. Isso não significa retroagir e eliminar importantes conquistas do passado. Aliás, a falácia do discurso alarmista tem sido exatamente a arma daqueles que se opõem às reformas, sobretudo a trabalhista e a previdenciária, seja por simples oposição ao governo que as encampa, seja pela defesa de seus interesses particulares. Direitos e conquistas consagrados estão mantidos. De acordo com o texto aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, sem mudanças em relação ao parecer aprovado pela Câmara dos Deputados no final de abril, estão mantidos todos os direitos consagrados não apenas pela CLT, mas pela Constituição, como o 13.º salário, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o salário mínimo. Também permanece como está a regra que dispõe sobre as horas extras, que passará a valer também para os contratos de tempo parcial. Entre as mudanças mais significativas da reforma estão o fortalecimento dos acordos coletivos, que passarão a ter força de lei, o fim da contribuição sindical obrigatória – sustentáculo do modelo de sindicalismo varguista, também conhecido como peleguismo –, a flexibilização dos contratos de trabalho – medida que permitirá atacar uma das mais urgentes mazelas nacionais, o desemprego que hoje atinge 14 milhões de brasileiros – e a possibilidade de divisão das férias de 30 dias anuais em até três períodos. Em um momento de grave crise política, o avanço da reforma trabalhista no Senado é um dado bastante auspicioso para o País, que não pode ficar à mercê da turbulência (ou será da calmaria?) e ver adiada a implementação de medidas essenciais para a retomada do crescimento econômico e da geração de empregos. Continue lendo no Facebook da Cebrasse
08/06/2017 OIT rejeita denúncias de que modernização das leis retire direitos do trabalhadorA Organização Internacional do Trabalho (OIT) excluiu o Brasil da lista de possíveis infratores das normas trabalhistas internacionais. A decisão foi anunciada na terça-feira (06). Com isso, a entidade não avaliza as acusações de que a modernização das leis do trabalho no país poderão infringir direitos do trabalhador. O caso brasileiro foi levado até a OIT após denúncias das centrais sindicais, que agora deve ser arquivada. O relator do projeto na Câmara, deputado federal Rogério Marinho (PSDB), esteve há cerca de duas semanas pessoalmente na sede da OIT, em Genebra, Suíça, a convite da chancelaria brasileira. O parlamentar foi defender as propostas e explicar que as medidas não correspondiam a qualquer ameaça aos direitos dos trabalhadores. “É o reconhecimento internacional de que a nossa modernização das leis trabalhistas não infringe qualquer direito e que não é possível que organismos internacionais sejam usados de forma mesquinha para avalizar posições políticas de grupos e partidos que têm interesses contrariados no nosso país. O Brasil está modernizando a sua lei para gerar novos empregos, sem colocar em risco nenhum direito conquistado pelo trabalhador”, disse Rogério Marinho.
Durante sua passagem por Genebra, o deputado cumpriu longa agenda de reuniões com embaixadores e membros da ONU e da OIT, com apoio da missão brasileira local. O projeto de modernização das leis trabalhistas foi aprovado nesta terça-feira (06) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde segue tramitando. Fonte: assessoria do deputado Rogério Marinho |