Importância dos serviços no setor nacional, quebra de paradigmas com a retomada das atividades e vantagens competitivas e boas práticas para as empresas foram itens abordados
No final da manhã desta sexta-feira (20), a Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse) reuniu os especialistas Antonio Paulo de Oliveira (autor do livro ‘Prestação de Serviços – Aspectos Fundamentais, práticas e sugestões), Livio Giosa (diretor da Cebrasse) e o vereador por São Paulo e empresário do setor de serviço Rodrigo Goulart para falar sobre o te,a ‘Prestação de Serviços’. O webinar foi mediado pelo presidente da entidade, João Diniz, e contou com as presenças de representantes da Aberc, Abralimp, Sindiprag, Aprag e Sinfac-SP.
“Quero agradecer ao Antonio Paulo, Rodrigo Goulart e ao Livio Giosa por falarem nesta live, é uma honra ter esses mestres comentando o setor de serviços. A importância do setor na Economia e na Sociedade é gigantesca, pois representamos 2/3 das vagas de emprego formais do país. Com relação a Reforma da Previdência, estamos em contato com a assessoria do relator Aguinaldo Ribeiro que nos prometeu uma reunião e a apresentação do relatório no qual ele está trabalhando. Para a mídia, ele tem dito que entregará na primeira semana de dezembro. Esta é uma informação que nos põe medo porque sabemos que quem está debatendo o tema hoje, no Congresso, é apologista da PEC 45/2019”, alertou Diniz.
Prestação de Serviço
O vereador reeleito para a Câmara de São Paulo, Rodrigo Goulart (PSD) foi quem iniciou o debate. Ele lembrou que também é empresário do setor de serviços e que participa da Abrasel e que acompanha há um bom tempo os desafios vividos pelo segmento. Para o parlamentar, o papel que a Cebrasse tem desempenhando, em promover o diálogo entre os vários players da economia e da política é um trabalho essencial.
“A representatividade no cenário político nacional deve ser marcante. E é isso o que o setor, com muita engenhosidade e planejamento, tem conquistado com a Cebrasse. Eu sou empresário do setor de serviços e sei das dificuldades pelas quais passamos, e por sofrer um pouquinho tenho a responsabilidade de representá-los. Sou integrante da Abrasel, também presido, na Câmara, a Comissão de Turismo, Lazer e Gastronomia. Todas essas três grandes áreas, o que faz a minha ligação ainda mais estreita. Infelizmente houve uma proposta na Casa para aumento de ISS para todos os setores e foi um trabalho recente, capitaneado belamente pela Cebrasse, que nos acionou e ajudou a articular e brecar a proposta. Saibam que tem em mim um defensor. Parabenizo por todo trabalho realizado sobre a Reforma Tributária e sobre a divulgação da proposta Simplifica Já. Coloco-me á disposição para criarmos pontes e diálogo com outras bancadas na Câmara”, afirmou.
Sinais internos e externos
Para o professor e diretor da Cebrasse, Livio Giosa, o tema do webinar foi pertinente nesse momento de retomada da economia, para entender o papel do setor de serviços nesse processo. De acordo com ele, as empresas e profissionais da área estão sob pressão interna e externa. “E este período de pandemia nos fez entender como os dirigentes das entidades e empresas vão se posicionar daqui para frente. É interessante avaliarmos os sinais. Estive com o Rodrigo Maia na última semana e pelo que avaliamos da conversa é que ele vai propor a votação da reforma tributária inda este ano. Ele considera como o seu legado no Congresso Nacional. Por isso a importância de acompanhar, dialogar e dar sugestões, junto com outros players”, avaliou.
A reforma é uma das pressões externas, mas e as internas? “Como nós poderemos entender esse novo normal, essa nova retomada com uma ambientação muito mais clara com o ponto de vista da automação, quando o nosso setor é fundamentalmente voltado para pessoas. Como vamos nos adaptar ao novo cenário quando a automação é inegável, bem como a necessidade de se adaptar aos olhos de quem paga a conta, os nossos clientes. Há um modelo híbrido? Como vamos deflagrar essa versão de oferta de serviços para os nossos clientes que já estão se adaptando a um novo modelo de gestão com o ambiente tecnológico? Aí vale a pena olharmos se as nossas entregas são oferecidas segundo esse olhar do cliente. E temos que nos ajustar em um processo de governança muito mais funcional”, opinou Giosa.
Capacitação é a reposta
O escritor e palestrante Antonio Paulo de Oliveira concordou com a leitura do diretor do Cebrasse Livio Giosa sobre pressões externas e internas. “Nós temos dois momentos que precisam ser observados: primeiro a reforma tributária e a questão da desoneração que está sendo revista. É uma situação que terá um impacto monumental sobre os negócios. E a empresa precisa também necessita olhar internamente. Não adianta o externo sem a melhoria da gestão, a constante atualização e a qualificação e capacitação profissional. Hoje temos centenas de serviços oferecidos no mercado. Apareceu a tecnologia, que veio de repente e fez uma revolução. Mas apesar da tornar-se um meio facilitador da prestação, são as pessoas que executam, que fazem o relacionamento com o clientes e com os seus stake holders. A tecnologia é um meio facilitador, mas o processo é comandado por pessoas. Antes, o setor de serviço agregava pouco, hoje a empresa que não tiver voltada para a capacitação e para a produtividade terá dificuldade de sobreviver”, afirmou.