Secretaria de Saúde nega pedido da Cebrasse de vacinação prioritária para profissionais de limpeza

0
19387

No início da pandemia, o governo federal declarou a limpeza como serviço essencial, assim como é o trabalho de médicos, na luta contra a covid-19

Assim como os médicos, enfermeiros e técnicos, os profissionais de limpeza dos hospitais e postos de saúde também têm prioridade na vacinação contra a covid-19 em diversos estados do país. Mas em São Paulo a realidade é bem diferente. Por isso, a Cebrasse solicitou à Secretária da Saúde do Estado de São Paulo prioridade na vacinação contra Covid-19 para os todos profissionais do setor de limpeza, por se tratar de serviço essencial.

A Secretaria negou o pedido, justificando a impossibilidade em função da quantidade limitada de doses de vacina e a necessidade de se respeitar as prioridades de atendimento já definidas no Plano Estadual de Imunização (PEI). “Essa imunização é importante porque como trabalham na linha de frente porteiros, recepcionistas, vigilantes e todos os terceirizados, além de serem alvos de contágio por um lado, por outro são vetores de contaminação e de disseminação da doença”, argumentou o presidente da Cebrasse João Diniz.

No início da pandemia, o governo federal declarou a limpeza como serviço essencial, assim como é o trabalho de médicos, na luta contra a covid-19. “A limpeza profissional é essencial para eliminar focos de vírus, fungos, bactérias e outros micro-organismos que podem causar covid ou outras doenças”, afirmou João Diniz.

Em recente Webinar, João Diniz perguntou ao professor titular de imunologia clínica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Jorge Kalil sobre sua opinião a respeito da vacinação de profissionais de limpeza. Kalil respondeu que a vacinação deveria priorizar as pessoas mais expostas ao vírus.

Sem dúvidas, os profissionais de saúde são os que estão no dia a dia mais expostos, atendendo diretamente o paciente no ambiente hospitalar, mas acredito que os profissionais de limpeza e de segurança de um hospital também deveriam ser vacinados”, disse Kalil, explicando ainda que um estudo feito com o pessoal da limpeza de um hospital em São Paulo indica que 45% deles foram infectados pela doença, índice abaixo de médicos (até 4%) e de enfermeiras que estão em contato direto com os infectados (14%). Ele avaliou que o cenário é alarmante para esses profissionais.

Recentemente, a Abralimp criou uma campanha que chama a atenção para a importância dos profissionais de limpeza que, na linha de frente do combate à pandemia, continuam a higienizar ambientes e superfícies, muitas vezes críticas, como hospitais, para conter o vírus. Com a ação, que utiliza as hashtags #somoslinhadefrente e #vacinajá, a Associação espera que esses trabalhadores sejam incluídos nos grupos prioritários.

Já a Cebrasse continuará lutando pelo pleito de forma judicial.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here