Organizado por central sindical, evento virtual reuniu nomes como o ex-presidente Michel Temer e o deputado federal Orlando Silva
O SindiMais Conecta 2021- evento da Força Sindical realizado, este ano, on-line nos dias 27 e 28 de abril – contou com a participação de lideranças políticas, empresariais e sindicais, entre elas o presidente do Sindeprestem e da Fenaserhtt Vander Morales. O tema do quadro do qual Morales participou foi “Emprego e Renda em Tempos de Covid-19: como o Legislativo e o Setor Produtivo Podem Contribuir com Medidas Para Impulsionar o Crescimento Econômico”.
“É uma satisfação participar desse importante debate, para discutir este tema sensível hoje, no Brasil, que é a Covid-19. Eu represento empresas que empregam mais de 3 milhões de trabalhadores temporários e terceirizados. A terceirização ganhou através da nova lei, a 13.429/2017, uma importância muito maior e deu muito mais segurança jurídica a quem tem essa relação de trabalho e, principalmente, a reforma trabalhista trouxe uma evolução na questão da saúde e segurança do trabalhador. Havia muita discussão sobre quem era o responsável pela saúde do trabalhador temporário e com a reforma isso foi resolvido. Foi uma conquista tanto para as empresas, como para os trabalhadores”, explicou.
O presidente do Sindeprestem também salientou que o tema ‘emprego-renda‘ não está em disrupção apenas pela pandemia. Nem somente pela automatização e novas tecnologias adotadas. Morales explicou que o outro componente poderoso foi a mudança de comportamento do consumidor, que, agora, passou a ter uma série de facilidades apresentadas no mundo ‘de pandemia’. “Principalmente com o e-commerce e o trabalho remoto, que, por sinal, foi uma ferramenta importante para a manutenção de empregos e para permanência do funcionamento das empresas”, descreveu.
Segundo ele, todo mundo foi pego de surpresa com o atual cenário. Mas a reação positiva do empresariado face às dificuldades não é surpreendente. “As empresas demonstraram um tremenda resiliência e capacidade de adaptação; aliás, empresário, no Brasil, tem que ser resistente. Falo isso de experiência própria, com quase 40 anos de mercado e sobrevivência a cinco planos econômicos. E sempre, sem exceção, há disposição do empresário em manter os empregos, até porque se é caro admitir um trabalhador, demitir é mais caro ainda”, apontou. “E outra mudança provocada pela pandemia, é que as pessoas estão mais unidas. E isso é muito positivo”.
Para o empresário, que também é membro da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Serviços, existem diversos problemas que precisarão ser enfrentados pela sociedade como um todo. “No Brasil, hoje, atingimos o patamar de 14 milhões de desempregados e trabalhadores informais. São pessoas que estão ficando sem trabalho e não estão tendo condições de se manter. Muitas estão em funções que, como disse, a nova realidade está fazendo desaparecer do mercado de trabalho. Elas terão que passar por novos treinamentos e capacitações, ou terão que empreender – e enfrentar, em conseqüência, dificuldade de acesso ao crédito, legislação trabalhista e tributária, enfim, o chamado ‘custo Brasil”.
Por fim, Morales expressou que as dificuldades não devem desanimar as pessoas. “Precisamos criar um cenário mais positivo para fazer os negócios vingarem. A modernização das leis trabalhistas, por exemplo, devem ser vistas como avanço. A reforma trabalhista, por exemplo, garantiu mais segurança e saúde aos trabalhadores. Quando se diz que o negociado se sobrepõe ao legislado, no caso dos acordos coletivos, dá ao sindicato mais significado às suas ações, pois os lados podem dialogar e encontrar as melhores saídas para as necessidades que incorrem no dia a dia. Este evento, o SindiMais, é um exemplo de construção de diálogo. São as empresas e pessoas fazendo com que as reformas andem e, assim, seremos recompensando com uma força de trabalho mais treinada, mais preparada, mais bem remunerada e resiliente e com empresários mais conscientes”, garantiu.