Presidente da Febrac alerta para impacto do tarifaço e defende inovação e apoio institucional

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Visita ao Capitólio
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A missão empresarial organizada pela Cebrasse nos Estados Unidos trouxe à tona um dos principais entraves à competitividade brasileira no cenário internacional: o tarifaço sobre produtos nacionais. Durante reuniões na Embaixada do Brasil em Washington e no Consulado em Miami, lideranças do setor de serviços expuseram suas preocupações com os reflexos da medida. Entre elas, destacou-se a análise do presidente da Febrac (Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação), Edmilson Pereira, que avaliou os riscos para o segmento de facilities.

Segundo Edmilson, embora o tarifaço do governo Trump seja direcionado à exportação de produtos brasileiros, seus reflexos chegam diretamente ao setor de serviços. “Representamos um segmento intensivo em mão de obra, que presta serviços essenciais de limpeza, conservação, manutenção e apoio logístico. Quando as indústrias e exportadoras enfrentam perdas de mercado, retraem investimentos, cortam custos e postergam contratos. Isso atinge em cheio a sustentabilidade das empresas de facilities”, destacou.

Ele alertou ainda para o efeito indireto da medida sobre a economia brasileira: a instabilidade nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos pressiona o dólar, encarece insumos e tecnologias utilizadas no dia a dia e cria um ambiente de incerteza. “Embora não incida diretamente sobre serviços, o tarifaço sinaliza um retrocesso na abertura de mercados e na cooperação internacional, o que também limita o potencial de internacionalização das empresas brasileiras”, completou.

Para Edmilson, superar os efeitos do tarifaço exige criatividade e visão estratégica. “As empresas precisam investir na digitalização de processos, automação de rotinas, gestão por indicadores e soluções sustentáveis que agreguem valor com eficiência e qualidade. Esse é o diferencial mais valorizado no cenário internacional”, afirmou.

O presidente da Febrac também ressaltou a importância da formação de alianças internacionais e da exportação do know-how brasileiro em gestão de serviços, especialmente em setores como saúde, infraestrutura e indústria. “Temos expertise em operações complexas que podem ser adaptadas a demandas internacionais, principalmente em países em desenvolvimento”, acrescentou.

Outro ponto central da missão foi a articulação de convênios com a ApexBrasil para facilitar a inserção do setor de serviços nos Estados Unidos. Para Edmilson, esse apoio precisa ser imediato e estratégico.

“É fundamental criar programas específicos para os serviços, com foco em inteligência de mercado e capacitação para exportação. Precisamos de ações estruturadas que envolvam mapeamento de oportunidades, facilitação de certificações, promoção internacional e orientação personalizada”, defendeu.

Ele frisou ainda que essa agenda só será efetiva com articulação entre governo e entidades representativas. “É preciso uma coordenação firme entre ApexBrasil, Itamaraty, Febrac e Cebrasse para garantir que os serviços brasileiros sejam internacionalizados de forma adequada”, concluiu.

RESISTÊNCIA E INOVAÇÃO

Mais do que uma visita institucional, a missão da Cebrasse se consolidou como um movimento de resistência frente às barreiras impostas pelo tarifaço. Ao buscar diálogo direto com autoridades brasileiras em Washington e Miami, e ao pautar a necessidade de apoio para a internacionalização, o setor de serviços reforçou sua determinação em inovar, resistir e conquistar novos espaços no mercado global.

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