ECONOMIA DE PLATAFORMAS E APLICATIVOS AMEAÇA A EXISTÊNCIA DAS EMPRESAS TRADICIONAISA UBER e outras empresas digitais pretendem ampliar oferta de serviços nos próximos meses, inclusive de seguranças, garçons, porteiros, funcionários de limpeza, serviço temporário e tantos outros possíveis, na prática, por meio de plataformas, aplicativos e outras fórmulas digitais. E tudo indica que todas as atividades da produção de bens e serviços serão atingidas em curto espaço de tempo. As empresa tradicionais, não integramente digitais, que geralmente tem sedes físicas, funcionários registrados e outros custos, dificilmente irão concorrer, seja pela facilidade de contratação, seja pelo custo a ser cobrado e demais vantagens que esses sistemas podem oferecer. Essas ações e consequências já podem ser vistas em várias áreas de atividade: taxis, hotéis, livrarias, empresas de turismo e tantas outras controladas pelos aplicativos. Até mesmo a própria sobrevivência das empresas envolvidas passam a depender dos aplicativos, e então estes é que fazem condições de contrato e até preço. Na área de restaurantes os aplicativos controlam quase que totalmente os serviços delivery (cobram em geral até mais de 20% do custo do produto para entrega) e agora estão oferecendo marmitas em fábricas e escritórios, almoços em casas de família, chefs cozinhando a domicilio e outros serviços, ameaçando a existência de milhares de empresas do setor. Claro que alguém fabrica o produto a ser entregue, mas a parte de leão do lucro fica com os poderosos aplicativos, verdadeiros oligopólios. A proliferação dos aplicativos tem vantagens e desvantagens. De qualquer forma, importante discutir agora os reflexos da precarização e no equilíbrio financeiro das empresas tradicionais, consequentemente na arrecadação tributária, previdenciária e oferta de empregos com carteira assinada. E evidente, também no controle da soberania política e independência econômica do país. Afinal, de onde virá o controle da economia, as opções sobre rumos do desenvolvimento, como ficará a responsabilidade social de empresas cujas sedes, acionistas, dirigentes, sequer são conhecidas? Quem fiscalizará suas atividades? Se as que oferecem serviços tão pulverizados, quebrarem, quem pagará credores, trabalhadores, consumidores , lesados? Onde estes irão reclamar? Como se regulará a concorrência, em que tribunal se poderá reclamar de práticas monopolistas? Cartéis? A economia com base em plataformas e aplicativos será revolucionária, não é possível detê-la, mas quem sabe se possa pelo menos disciplinar sua atividade, dar-lhe uma direção, em especial para preservar empresas, empregos, arrecadação tributária e previdenciária,, evitar práticas ilegais de mercado, aproveitar enfim, o que tem de bom, evitando malefícios que já aparecem nas atividades por eles controladas. Nesse mesmo sentido, talvez já esteja na hora de se discutir a economia de mercado do futuro, sob impacto de tecnologias que produzirão sem precisar de trabalhadores, braçais ou intelectuais. É evidente que essa evolução não cria emprego no mesmo ritmo que os extingue. E se vai haver mais produção, será necessário também haver mercado de consumo. Nem se pense que basta aumentar exportação, pois os demais países estarão enfrentando o mesmo problema. A defesa do mercado interno americano, de consumo e na produção, por Trump, uma virada radical contra o “Consenso de Washington”, pode já ser um sinal. Quem substituirá os trabalhadores, pela notícia abaixo até empresários, que forem sendo substituídos por tecnologias, robôs, aplicativos etc. |