Ninguém nem imaginava que o mundo ia passar por uma pandemia sanitária e o Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação de São Paulo (Seac/SP) realizou no ano passado uma campanha chamada “Limpeza é Saúde”. De acordo com o presidente da entidade, Rui Monteiro, o objetivo era levar para a sociedade a mensagem sobre a importância da qualidade do serviço de limpeza. “Não adianta ter uma higiene pessoal e viver em um ambiente contaminado. Agora com esse problema do coronavírus, o que a gente mais ouve falar é a necessidade de cuidados com a limpeza”, explicou.
Rui lembra que há alguns anos o serviço de limpeza era mais valorizado. Os contratantes se preocupavam com o material usado, mas passou a ser contratado por preço. “Por isso criamos a campanha, mensagem que agora tem se confirmado. Cito por exemplo o caso de hospital que se não investir na limpeza, com certeza terá muitos problemas de infecções e doenças. No entanto, os públicos continuam contratando pelo menor preço”, disse.
Rui lembrou ainda que a pandemia tem sido uma péssima experiência, mas ao mesmo tempo tem ressaltado a importância de aprovação de importantes projetos, a exemplo do marco do saneamento básico. “Esse momento tem mostrado o quanto tem sido difícil para o Brasil atravessar essa crise quando 50% da população não tem acesso a saneamento básico. Somente por causa dessa crise que conseguimos aprovar esse importante marco, algo que já deveria ter acontecido há muito tempo”, avaliou.
“Muitos governantes não gostam de investir no saneamento básico porque são obras que não aparecem, mas com esse marco, agora ao menos as empresas vão poder investir. Assim como a limpeza, saneamento também é saúde. Cada real investido em saneamento significa uma economia de R$ 6 na saúde”, explicou.
O novo marco legal do saneamento básico facilita a ampliação da participação privada no setor. A expectativa é que a medida traga grandes investimentos e geração de mais de 1 milhão de empregos, com forte estímulo à economia.
Rui Monteiro lembrou ainda que assim como na limpeza, no saneamento o efeito em cadeia que precisa ser considerado. “Temos questões ambientais, sociais e econômicas envolvidas”, disse, acrescentando que atualmente a coleta de esgoto é feita mas não é tratada e os esgotos vão para rios e mar e o modelo correto deve incluir Saneamento básico, abastecimento de agua, coleta, tratamento de esgoto e ainda dos resíduos sólidos.